LIÇÃO 11: O EVANGELHO DO REINO NO IMPÉRIO DO MAL
O EVANGELHO
DO REINO NO IMPÉRIO DO MAL
Texto Áureo:
Ap. 14.7 – Leitura Bíblica: Ap. 14.1-7
Prof. José
Roberto A. Barbosa
Twitter:
@subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Na lição de
hoje, estudaremos a respeito da proclamação do evangelho do reino em meio ao
império do mal. Inicialmente, apresentaremos a atuação das duas testemunhas
durante a Tribulação. Em seguida, abordaremos o evangelho do Reino de Deus,
atualmente e no período da Tribulação. Ao final, destacaremos a relação desse
evangelho diante do império do Mal, regido pela besta, o anticristo e o falso
profeta.
1. AS DUAS
TESTEMUNHAS
Durante o
período da Tribulação, o Senhor dará duas testemunhas que profetizarão por “mil
duzentos e sessenta dias” (Ap. 11.3). Essa é uma demonstração de que Deus estará
com o Seu povo, para mostrar o caminho certo, mesmo em situação adversa. Em
alusão à profecia de Zacarias (Zc. 4.12), as testemunhas são comparadas às duas
oliveiras e os dois candeeiros. No contexto daquele profeta, esses são o
sacerdote Josué (Zc. 3.1) e o governador Zorobabel (Zc. 4.6,7). A respeito da
identidade dessas duas testemunhas, é possível associá-las a Elias e Moisés, já
que, conforme está escrito em Ap. 11.6, teve “autoridade para fechar o céu, para
que não chova”, e “poder sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como
para ferir a terra com toda sorte de flagelos”. Mas não podemos afirmar
categoricamente que se tratam literalmente de Elias e Moisés, tendo em vista que
eles apareceram como figuras na Transfiguração (Mc. 8.4). É bem possível que
essas testemunhas apenas atuem no mesmo poder, tal como João Batista representou
Elias (Mt. 11.14; 17.10-13). Essas testemunhas serão martirizadas, vitimadas
pela truculência da besta. Os corpos das duas testemunhas ficarão expostos e
insepultos, atitude que demonstrava indignidade no mundo antigo (Ap. 11.8). Está
escrito que “seus cadáveres ficarão estirados na praça da grande cidade que,
espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o Senhor foi crucificado”.
A cidade a que o apóstolo se refere é Jerusalém, isso quer dizer que o governo
do anticristo parte de Roma até Jerusalém. A alusão às cidades de “Sodoma e
Egito” aponta para a hostilidade contra Deus, tal qual os habitantes daquela
antiga cidade (Gn. 19.1-11). Essas duas testemunhas ressuscitarão depois de
“três dias e meio”, pois “um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles
penetrou e eles se ergueram sobre seus pés, e àqueles que os viram sobreveio
grande medo” (Ap. 11.11). Essa é uma demonstração de que Deus não abandona os
seus, os que viram a ressurreição das testemunhas ouviram “grande voz vinda do
céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu na nuvem, e os seus inimigos
as contemplaram” (Ap. 11.12). Deus não apenas se interessa pelos seus, Ele
também os vinga, “naquela hora houve grande terremoto e ruiu a décima parte da
cidade, e morreram nesse terremoto sete mil pessoas” (Ap.
11.13).
2. O
EVANGELHO DO REINO
Essas
testemunhas pregavam o evangelho do Reino, o estabelecimento do governo de
Cristo. Evangelho, em grego euangelion, diz respeito às “boas novas” sobre a
salvação que Deus providenciou através de Jesus Cristo. Paulo o define como “o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm. 1.16). Trata-se do
cumprimento cabal das profecias da Antiga Aliança, e está intimamente
relacionado ao Reino de Deus. Por isso Jesus anuncia: “o tempo é chegado, o
Reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no evangelho" (Mt. 1.15). O
evangelho não deva circunscrever-se às fronteiras de uma nação, é digno de ser
levado até aos confins da terra (Mc. 16.15; At. 1.8). O evangelho de Jesus, o
qual Paulo, algumas vezes, se refere como “meu evangelho” , é a propagação da
mensagem da morte e ressurreição de Cristo (Rm. 2.16; 16.25; II Co. 4.3; I Ts.
1.5; II Tm. 2.8). Não se deve confundir o evangelho de Cristo com outros
evangelhos, que nada têm a ver com os ensinamentos dos falsos mestres (II Co.
11.4; Gl. 1.6,11; 2.2). O evangelho de Cristo é a verdade (Gl. 2.5; Cl. 1.5),
portanto, deve ser confessado (II Co. 9.13), aqueles que o desobedecerem serão
condenados (II Ts. 1.8; I Pe. 4.17). Durante os sete anos de Tribulação o
evangelho do reino será pregado, então virá o fim (Mt. 24.14). Isso nada tem a
ver com o arrebatamento, pois a igreja já foi arrebatada. Não se pode
condicionar o arrebatamento da igreja à pregação total do evangelho às nações.
Durante a Tribulação, alguns acreditarão no evangelho do reino, uns serão
preservados (Ap. 7.1-17; 14.1-7) outros martirizados sob a perseguição da besta
e do anticristo (Ap. 15.2-4).
3. O REINO E
O IMPÉRIO DO MAL
No capítulo
14 do Apocalipse João registra o futuro daqueles que foram preservados durante a
Grande Tribulação. O foco é direcionado não mais à besta e ao anticristo, mas
aos que foram redimidos, que não trazem a marca da Besta, mas de Deus. Esses se
recusaram a receber a marca da Besta, foram martirizados, mas a salvação deles é
assegurada, e não são poucos, trata-se de 144 mil das tribos de Israel e uma
grande multidão de várias etnias. Sião, nesse texto, pode ser simbólica, tendo
em vista que se refere à Jerusalém, a cidade do Ungido de Deus (Sl. 2), ainda
que não se possa descartar que no monte Sião e em Jerusalém estarão os que forem
salvos (Jl. 2.32). Ademais, Sião se tornará a cidade do Deus vivo, a Jerusalém
celestial (Hb. 12.22). Os salvos “não se macularam com mulheres, porque são
castos”. A palavra “castos”, em grego, é parthenoi que significa virgens.
Essa castidade diz respeito à pureza espiritual, consoante ao que expõe Paulo em
II Co. 11.2, no que tange à igreja. Desde o Antigo Testamento, a apostasia de
Israel, ao se voltar aos deuses falsos é reconhecida como adultério. Portanto, a
castidade dos 144 mil é de natureza espiritual, pois estes não se dobraram
diante da besta, seu anticristo e o falso profeta. Por fim, João vê um anjo
voado no céu, é outro anjo, que trazia uma mensagem, a respeito do “evangelho
eterno” (Ap. 14.6). Esse evangelho não se distingue, em natureza, do evangelho
de Cristo, pois conclama ao arrependimento. Isso que dizer que ainda há tempo
para aqueles que, mesmo em meio à tribulação, darem glória a Deus (Ap. 14.7).
Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ez. 33.11), não quer que ninguém pereça
(II Pe. 3.9), por isso chama todos ao arrependimento (At.
17.30)
CONCLUSÃO
O evangelho
relatado no Apocalipse diz respeito ao Reino de Cristo, que será implantado
durante o Milênio (Ap. 20.1-6). As duas testemunhas proclamarão esse evangelho e
por causa dele serão martirizadas. A igreja de Cristo nos dias atuais proclama o
evangelho para a salvação, a verdade de que Ele morreu e ressuscitou de entre os
mortos, para que todo aquele que nEle crê tenha vida eterna. Não só em Judéia e
Samaria, mas até aos confins da terra, no poder do Espírito Santo (At.
1.8).
BIBLIOGRAFIA
LADD, G.
Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova,
1980.
SILVA, S. P.
Apocalipse versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.
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